Metodologia de análise filosófica e crítico-pedagógica dos filmes

PS: Ao utilizar o Modelo favor citar Fonte : Projeto Cinema e Filosofia: Transversalidades na Formação Juvenil - UFSM.
Everson Daniel Silva Da Costa (Graduação em Filosofia UFSM)
Cristiano Cerezer (Graduação em Filosofia UFSM)
Adelar Conceição dos Santos (Pós-Graduação em Filosofia UFSM)
Elisete M. Tomazetti (Departamento de Metodologia do Ensino e Prof. Orientadoradora do Projeto)
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Sintetizando num script metodológico as reflexões que nos conduziram até aqui, remeteremos, doravante, à exigência material de uma filmografia filosófico-pedagógica e uma catalogação critica de obras cinematográficas. Sucintamente, este script deverá amparar:
a) Dados filmográficos gerais: Título. Diretor (dados biográficos, se possível). Produção. País, Ano. Escola Estética. Gênero. Duração.
b) Sinopse. Resumo do enredo e da inserção dos personagens na trama, bem como o argumento central e o clímax da estória. Cenário, Pontuação e Enredo. Apanhado geral e sintético do filme.
c) Comentário. Aqui nos propomos destrinchar o argumento central e a idéia diretriz ou máxima-diretora do contexto dinâmico e da linguagem audiovisual presentes. Damos ênfase a aspectos relevantes do roteiro ou fotografia, esboçamos alguns traços do conceito-imagem como forma de aproximação elucidativa e delimitamos o foco narrativo. Também iniciamos uma análise tentando encontrar os “porquês” e os “como” que circundam o eixo temático sobre o qual se constrói a narrativa. Neste ponto se deve identificar: c.1. Acréscimo pedagógico (o que o filme traz de novo para a compreensão de determinado conceito, situação ou problema?); c.2. Inserção crítica ( o que o filme diz ou denuncia da época em que foi produzido? O que ele nos diz hoje? Par o que ele chama a atenção?); c.3. Conceito-imagem (que idéia diretriz ou conceito fundamental o filme veicula temporalmente enquanto imagem-movimento? Sobre o que fala o filme, qual o foco problemático da narrativa?); c.4. Sujeito-Enigma (quem encarna a questão, o problema ou a “situação crítica”? Não é necessariamente o protagonista, mas pode ser, também, aquele que interpela e perturba o protagonista).
d) Palavras-Chave. Selecionamos termos de relevância ou de valor axial que conduzem, por sua vez, a conceitos-chave vinculados ao(s) tema(s) destacado(s) que se articulam no conceito-imagem.
e) Tema. Auferimos as possíveis zonas de pertinência filosófica em que procederia uma tematização e focalização crítica do material cinematográfico em mãos. O(s) tema(s) é (são) apontado(s) entre os setores de investigação que a Filosofia planteou, i.e., lógica, ética, estética, epistemologia, política, gnosiologia, psicologia, semiótica, fenomenologia, et alii. Locação num eixo-temático.
f) Questões. Neste comenos se dá a problematização_ ou locação heurística específica_ do tema tratado; destarte, são formuladas questões sobre determinada temática filosófica que transparece no contexto e consecução do filme.
g)Cenas Recomendadas. Enumeramos e cronometramos as cenas cuja carga simbólica e emocional são relevantes e/ou cujos diálogos e texto constituem significantes para a compreensão da obra ou para a elaboração de estudos e trato de problemas filosóficos. Nomear as cenas conforme o conceito-imagem ou a mensagem filosófica que elas expressam.
h)Personagens. [Nome 1 (Traços idiossincráticos + Função-avatar)], Nome 2, Nome 3, etc. Os traços indicam o que é peculiar e chamativo no personagem. A função avatar aponta para o que o personagem representa ou expressa na trama, o que ele encarna e significa.
i)Transversalidade-Limitrofia: analisamos as zonas críticas e os momentos interpelativos ou decisivos, bem como a linha transversal que perpassa argumentativamente o todo do filme. Perguntamos: o que é enfatizado nas relações, conexões e interlocuções? O que se revela no cruzamento de pessoas e domínios diferentes no filme? Onde está a linha de fuga ou ponto de cisão?
j)Símbolos e Alegorias. Elencamos e esmiuçamos (dentro de uma proposta crítica e elucidativa) as principais figuras, agregados imagéticos ou excertos míticos que se encaixam na teia simbólica da obra em questão e remetem alegoricamente a certa idéia, conceito ou problema. Há, entrementes, uma riqueza ilustrativa e um aparelhamento representativo disponibilizados ao pensamento por tais recursos simbólicos. Enfim, o imaginário remete a um vocabulário, e, ambos, servem ao itinerário da alma humana. Relaciona-se aqui simbologia e etimologia, semiologia e psicologia. Perguntas relevantes: os que os símbolos mostram e o que ocultam? O que é significado, denotado, conotado e anunciado pelos signos? Qual a relevância desta ou daquela metáfora no enredo?
k)Sugestão Didática: sugerimos atividades ou exercícios que, aliado ao filme, podem facilitar o trabalho do educador.
l)Bibliografia Filosófica Vinculada. Tecemos pontes entre a obra cinematográfica e os textos filosóficos, vinculando os problemas, a partir do eixo temático, aos filósofos que trabalharam os mesmos e seus respectivos escritos.

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