O Cinema Pensa


Na obra “O cinema Pensa: Uma Introdução à Filosofia Através dos Filmes”. Cabrera sabe dos riscos de sua aproximação entre cinema e filosofia ser vista pelos “filósofos” como um capricho, como uma “vulgarização” da filosofia (por isso se manteve claudicante em relação à iniciativa de vertê-lo para o português); Cabrera sabe também do risco comum que muitos incorrem quando tomam filmes para a mera ilustração de teses filosóficas.
Cabrera chama esta tentativa de evocar a filosofia através de um processo imagético de “conceito-imagem”, que permite uma visão filosófica a partir do cinema, em contraste com os conceitos tradicionais utilizados pela filosofia escrita, que se expressa por meio de “conceito-idéia”.
Se as palavras com os “conceitos-idéia”- possibilitam articulação de sentido que espelhe o mundo, esse espelhamento também pode ser obtido pela articulação das imagens filmicas. Os “conceitos-imagem” do cinema produzem um impacto emocional que diz algo a respeito do mundo, do ser humano, da natureza e tem um valor cognitivo, persuasivo e argumentativo através de seu componente emocional.
Mediante uma experiência emocionalmente impactante, os “conceitos-imagem” afirmam algo sobre o mundo com pretensões de verdade e de universalidade. O cinema é universal não no sentido do “acontece necessariamente com todo mundo”, mas no de “poderia acontecer com qualquer um”. Temos com isso os pressupostos básicos nos quais Cabrera se apóia para defender que “o cinema pensa”.

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